Por Jaqueline Gomes, apresentadora no programa 3 do grupo 1
Sempre tive a impressão de que a televisão traz uma espécie de conforto. Eu explico: não é verdade que quando se está fora de casa, assistir um programa de televisão, o noticiário, enxergar determinadas pessoas no mesmo horário, traz uma sensação de pertencimento ao lugar, aproxima? Confesso que fiquei pensando nisso depois de escrever sobre o artigo "as histórias que os telejornais contam".
Difícil apontar um modelo que serve ou não para o jornalismo. Certo é que esse campo da comunicação contribui para a formação da opinião pública na medida em que fornece informações ao público. E à televisão, então, essa responsabilidade aumenta, uma vez que é a única fonte de informação para uma parcela da população. Sem falar que muitas vezes se o fato não está na televisão, ele não existe. Nesse aspecto, pensar que uma quase mecanização do modo de fazer - dadas as pressões externas, as exigências da rotina e a cultura profissional - levando os telejornais a contarem as histórias da mesma forma, pode contribuir para essa sensação?
Mas tenho que deixar claro que não gosto de ouvir mais do mesmo. Gosto não de histórias 'sensacionais', mas que instigam, surpreendem. Por isso, cabe aos profissionais da comunicação, do jornalismo, do telejornalismo, extrema consciência das escolhas, do recorte, da forma de contar as coisas. O público, mesmo sem entender esse processo, espera isso quando liga essa "caixa da realidade". Quem aparece ali no vídeo, precisa saber o peso disso tudo. Certamente, quem está nos bastidores, também. Eu, particularmente, prefiro os bastidores, gosto mais de estar em frente à telinha do que me ver nela. Enfim, do lá de cá ou de lá da câmera, para nós importa perceber o processo do fazer jornalístico. Sim, perseguimos a objetividade e a imparcialidade (que bom), mas até nisso há subjetividade. Não é esse o caminho?
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